A animação se espalhou por BH, com a
Banda Mole abrindo a folia.
O vendedor Wagner Alves Paixão, 41 anos, deixou a agenda de contatos no entreposto de Contagem do Ceasa Minas, comprou plumas e paetês para desfilar em grande estilo. A dona de casa Maria Teodoro do Rosário, 71 anos, deu um tempo nos afazeres domésticos, colocou um adereço na cabeça e um vestido cheio de cores. Já o motorista Marcelo Telles, 37 anos, estacionou a carreta na garagem de casa, em Venda Nova, reuniu uma turma de amigos, pintou o corpo de verde e improvisou um capacete de melancia.
Todos foram personagens marcantes que estiveram neste sábado(6) no Centro de BH para dar seu grito de Carnaval. O tradicional desfile da Banda Mole completou 35 anos, animado por três trios elétricos e quatro bandas, que desfilaram pela Avenida Afonso Pena, entre ruas Guajajaras e da Bahia. Neste ano, o tema da festa foi “O Nosso Arrudas é Bem Mais Limpo que o Arruda de Brasília”.
Além dos trios, a Charanga do Bororó - formada pela diretoria, velha guarda e fundadores, além de representantes do Movimento Machão Mineiro , animou a festa ao som de instrumentos de sopro e marchinhas de antigos carnavais. “A Charanga do Bororó é o melhor da festa. Ela é quem anima os foliões”, garante a vendedora Márcia Cunha, 28 anos.
De acordo com o Batalhão de Eventos da Polícia Militar de Eventos, cerca de 18 mil pessoas participaram da festa. Nenhuma ocorrência séria foi registrada pela PM.
Além da Banda Mole, outros eventos carnavalescos agitaram a capital. No Bairro Sagrada Família, na Região Leste, o bloco Sagrada Folia completou nove anos, com direito a desfile em oito ruas da região, próximas ao Estádio do Independência. Já no Bairro São Bento, na Região Centro-Sul, a folia ficou por conta do bloco Sou Bento, mas não sou Santo, que fez seu primeiro pré-carnaval.
Ao som da banda Mestre Samba, cerca de mil pessoas estiveram no Bairro Santo Antônio, na Região Centro-Sul, para curtir a festa, que já dura sete anos. A concentração começou por volta das 14 horas, na Rua Paulo Afonso, esquina com Rua Marabá. “Essa folia já é uma tradição, que envolve a participação de muitas famílias”, disse, bastante animado, um dos organizadores do evento, o médico Edmundo Lery.
Na Avenida Bernardo Monteiro, no Bairro Santa Efigênia, a Feira Tom Jobim cedeu espaço para um Carnaval à moda antiga, recheado de confete, serpentina e muita música. Segundo os organizadores, o evento teve como proposta resgatar a tradição do Carnaval de rua, das fantasias típicas, das famílias participando e literalmente brincando.
Nem mesmo o prefeito Marcio Lacerda resistiu em dar o ar da graça e participou de quatro desfiles na cidade. “Para o próximo ano esperamos reunir mais pessoas e incentivar para que outros bairros também organizem suas festas”, disse o prefeito.